sábado, 20 de março de 2010

Tocar de graça :) !

Recebi um convite pra tocar em uma livraria e fiquei muito feliz. Andava meio borocochô e aquele convite veio em boa hora. Tratei de contatar um músico amigo fera nos assunto e fiquei mais feliz ainda quando ele topou. Teríamos um mês pra ensaiar em duo, voz e violão. Tenho certeza que seria um show legal, porque estamos começando a nos entrosar. Aprendo com ele, que é um profissional, e me empolgo a continuar me aperfeiçoando.
Caio em mim e me dou conta que já estou envolvida com a música direto há 6 anos. Estou na batalha de alguma forma. Nunca parei de tentar. Passei por momentos pessoais difíceis mas nem pensava em desistir da música. Ela faz parte de mim. Ela ajuda a me identificar.
Tenho tocado de graça e arcado com despesas e cachês dos músicos. Coisa de amadora, de principiante, na ilusão de divulgar o trabalho.
Tenho experimentado momentos de entusiasmo quando sou procurada para participar de alguma promoção. Fico pensando no dia em que seri paga pelo que faço. Parece-me que o pagamento em cash é o sinal verde do reconhecimento. Mas não só não sou paga como também pago. Pago para os músicos que me acompanham.
Este negócio está perdendo a graça. Tocar de graça é uma bola de neve. Parece que vira obrigação. Sem falar no argumento do anfitrião dizendo que é uma grande oportunidade para divulgarmos o nosso trabalho. Será?
Eu ficaria muito orgulhosa por me apresentar na tal livraria, onde gasto horrores em livros por sinal. Pois descobrindo que a mesma não pagaria a mim e ao músico que me acompanharia, gentilmente declinei do convite. Não me admira que os músicos locais não sejam reconhecidos, afinal, temos uma horda de gente tocando de graça por aí. Como se a gente não gastasse em estúdio, transporte, alimentação, manutenção de instrumentos e demais equipamentos, saúde vocal, etc.
É uma coisa pra se pensar.

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