quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Trincado da casca

Criara o meu casulo, engrossava a casca com medo do mundo. Encolhera meus tentáculos de cutucos na vida. Guardara minha vara curta. Fugia das onças. Estava no meu cantinho entre minhas cobertas frias com minhas meias de lã pra poder dormir. Já desistira de sonhar com a paixão e o desassossego e sem aviso encontrei você. Meu colírio, minha visagem de força e pele de chocolate. Ah! Quem me dera provar deste gosto. Ah! Quem me dera saber de onde você veio e se lá tem mais destes como você. Ah! Quem me dera poder sonhar de novo com os abraços de encontro com o amado. Ah! Vida, vida surpreendente, me mostra mais destas surpresas assim com jeito de sobremesa, leveza, Platão.