sexta-feira, 5 de março de 2010

Sexta-feira

Querem acabar comigo. Sexta-feira, aula manhã e tarde. Ninguém merece. Pobres dos meus alunos. Tô liquidada. Só quero um sofá e palpebras pesadas. Ver TV dormindo. Acordar de madrugada e me arrastar até a cama. Acabo permitindo que a cachorra venha junto. Já não terei mais força pra ter autoridade sobre ela. Vamos dar pontapés uma na outra até que ela se ajeite no outro lado dos pés da cama. É a rotina.
Eu deveria estar me preparando pra balada (!), mas nem me imagino cogitando um lugar para ir. Estou aqui olhando o relógio e vendo que a sexta se esvai em seus segundos irreversíveis e me abandona à madrugada do esquecimento. Nem ouso ter lembranças de dias ou noites melhores. Não dá mais, estou cansada demais pra isto. Agradeço este desempedimento de qualquer compromisso neste momento em que o sofá me chama. Tá, já estou indo, vou concluir esta mensagem. Mais uma sexta-feira de silêncio e agradecimento por estar viva e sem dor, o que é mais importante. Nenhuma dor, nem de cima, nem de baixo, nem do corpo, nem da alma. Vivo. Bendito sofá, lá vou eu! Plugs, nugs.

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