domingo, 10 de janeiro de 2010

Ego super ego

Doida de mim querer me esquecer. Como pude esquecer de me dar toda esta atenção que me dou agora? Não sei aonde estava com a cabeça. Em tempo me descubro tão importante pra mim mesma. Vivo tão bem com os meus próprios grilos. Nem sei por onde começar as várias tarefas que me dizem respeito todos os dias. Nem chego a concluí-las em tempo antes de dormir. Aliás, antes de dormir a hora que eu bem entendo. Hoje é domingo e já fiz tanta coisa que poderia dormir o resto do dia. Dormir sem hora pra acordar. De certo que não desprezaria uma visita chegando de surpresa, embora prefira que avisem, mas o dia está repleto das coisas de mim. Acho que mereço este meu tempo. Fico horas a pensar em nada e a decidir se faço nada agora ou depois de algumas horas de indecisão. Faço várias coisas ao mesmo tempo. Leio, escrevo, penduro roupas que a máquina lavou, vejo o ph da psicina, ligo a cascata e fico ali admirando o feito, a água indo e vindo, apreciando a farsa da natureza que inventei pra ter o meu recanto. Cá estou a beira de meu jardim secreto. Não me arrependo deste investimento mais de tempo do que de grana. É tudo muito simples, sem exageros materiais, mas é um refinamento de meu esforço de joana de barro. Depois de esgotar-me de ego, talvez encontre algumas crianças por aí que queiram viver aqui. Eu só abdicaria desta egocentricidade pelas crianças. Somente elas poderiam me roubar atenção.

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