terça-feira, 11 de maio de 2010

Assinar o divórcio

Hoje recebi o telefonema do advogado para ir ao cartório assinar o divórcio. Não senti nada. Foi uma coisa natural, sem choque. Senti um alívio porque esta história chega ao final. Uma página virada. Nestes últimos dias, passado o terror dos últimos meses, com todas as decepções, senti alívio que tudo terminou. Minha vida começa a ver adiante. As coisas estão surgindo aos poucos. Novos caminhos se apresentam. Vou fechar esta porta, enfim. Não quero mais saber de arrependimentos, nem lembranças, nem nada. Quero esquecer tudo o que me aconteceu, como se não tivesse existido. Simplesmente perder a memória deste intervalo de tempo, porque nada restou além de desilusão. Mas esta desilusão transformou-se em auto-conhecimento. Hoje sei mais sobre mim, muito mais do que pensara poder saber. Nada e nem ninguém arrancará mais isto de mim. Eu sou uma mulher com poder, que foi abatida sem aviso, mas que renasce da morte. O divórcio, na verdade, me cai bem. Nunca mais serei solteira, mas também nunca mais serei casada. E para quem diz que não se deve dizer nunca mais, eu digo, mais que nunca, eu quero é paz e liberdade. Casamento é prisão e esfacelamento dos mitos, já deu pra aprender e daqui pra frente, do tempo de vida que me resta, devo dedicá-lo à liberdade. Saber que ser livre e sozinha podem ser a mesma coisa, estou disposta a pagar o preço.

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