quinta-feira, 21 de junho de 2012

O trampolim

Ele se balançava no trampolim natural fixado no alto das pedras. Ela dizia pra ele, com a voz quase sumida pela arruaça das ondas: não se atire daí assim, a maré pode recuar e vais te estatelar nas pedras! Ele não lhe ouvia, estava eufórico e impressionado pois a conhecera naquele dia e sabia que a amaria para sempre. Sem conter o pânico, por temer que o louco apaixonado se precipitasse de tanto amor, a amada gritou pra ter cuidado e foi logo prometendo que o amaria pra sempre fosse qual fosse o destino dos dois. Ah, a paz reinou na paisagem e ambos correram um para o outro porque o abraço esperava por eles no meio do caminho. Selavam ali uma história que qualquer pessoa gostaria de passar adiante. Ele estava disposto a viver aquele amor sem se importar com as conseqüências, ela já estava encantada com o cavaleiro solitário que exibia uma armadura de aço, forjado por muitas histórias loucas. Olharam-se nas almas e pularam então daquele trampolim. Apostaram na espera da maré por sobre as pedras como um grande balanço de espumas brancas com mil peixinhos pra acariciar seus corpos nus. 

A quem quiser, que passe adiante ou conte outra.

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