quarta-feira, 6 de abril de 2011

Ser ou não ser

Puts, parece que lá vem o meu existencial baixando sem aviso. Hoje saí da academia querendo cair em outra academia. A do samba. Isto me acontece com freqüência nos últimos meses. Ah, que nada. Cansei-me deste lero-lero academicista. Uma nova realidade se descortina a minha frente. Nossa! Santa consciência das cavernas cristalinas ainda intocadas pelo homem! Como as coisas ficam mais claras a cada dia. O meu senso de inutilidade das coisas vãs se aprimora e rio de mim mesma o tempo todo. E como uma voyeur debochada rio de tudo a minha volta. Meus sensores se afinam e consigo ver o quanto se luta pela inutilidade. Não consigo ser eu mesma num ambiente onde todos concordam em voz alta e discordam calados. Um lugar onde a pressa é a dona da imperfeição institucionalizada. Uma perfeição ética e estética esdrúxula. Um orientando amigo diria que entende bulhufas. Sim, disse eu, são bulhufas epistemológicas vigentes. Mas são tantos os inconscientes felizes agarrados ao pão acadêmico de cada dia, são tão apressados em alimentar seu perfil acadêmico no Lattes que não podem parar para pensar.
Não querem pensar no que estão fazendo. Estão no meio do caminho. Não podem parar. Não podem olhar para trás. Não podem deixar que os impeçam de alcançar seus objetivos. E quando vejo e sinto esta febre delirante tomando conta das mentes, me arrepio, e agradeço a toda a minha vida por poder chegar até este momento ainda lúcida. Eu sou feliz por poder decidir entre o ser e o não ser um burro agüentando o trote.

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