A partir daí nos achamos experientes. Passamos a fazer a mesma leitura de fenômenos, fatos e eventos, enfim, coisas da vida. A dinâmica da vida passa a ser algo conhecido para nós e passível de ser sistematizado. Passamos então a prever coisas, pré ver, na verdade, porque nos valemos de algumas sistematizações para definir tudo, eventos, comportamentos, sentimentos, valores, tudo. Nos transformamos em seres robotizados achando que sabemos tudo, dominamos tudo, quando na verdade, nos impossibilitamos de olhar as coisas buscando as irregularidades, por assim dizer. Analisando-as e dando-lhes algum crédito, poderíamos compreender melhor e não mais do que podemos ver, manteríamos nossas portas abertas.
Pois passamos pela vida entendendo que o cotidiano está repleto do mesmo e esquecemos que ele esconde coisas que não elegemos como visíveis, e que portanto, por vivermos pré vendo nunca as veremos. Quando será que aprenderemos a nos desprender desta necessidade de explicar as coisas faltando os pedaços? Quando será que nos tornaremos seres que independente das visões sistematizadas estaríamos sempre em busca de novas visões?