sábado, 9 de outubro de 2010

Primavera enfim...

Tenho andado a cata do humano por tanto tempo que quase perdia a esperança. Tenho sentido a vontade de voltar com o blog Tempos de Solidão, no escancarado de meu dia a dia, entre todas as outras coisas que faço. Lá junto estão os blogs de trabalho. Mas eles são parentes do prazer de fazer as coisas e me envolver de verdade com tudo que diz respeito aos grupos de que faço parte. Cada vez mais tenho a consciência desta parte que sou, tenho, sinto. Sou apenas um ínfimo detalhe no todo, um quase nada. Um delicioso e reconfortante quase nada. Todo o tempo catando o humano e ele estava tão perto de mim. Resgatei minha humanidade, meu prazer de ser assim admirada com a ternura, com as raízes das coisas, com os brotos se erguendo à vida, com os solos de flauta quando ninguém espera, com os solistas sentimentais e apaixonados. São coisas dentro de mim, está tão perto. É a percepção da vida andando e suas sutilezas. Está dentro de mim, está em meu olhar, em minha atenção nos detalhes. Os detalhes que fazem o todo que vive nos invadindo, mas que nossos olhares seletos tão precisados de serem espertos, deixam passar tanta coisa, tanta vida sutil. A primavera dos sentidos nos mostra que podemos ver o melhor da vida, o melhor de nós. E aí o encantamento se completa. Voltamos a ser encantados pela vida e novas saídas dos invernos se aproximam como perfumes de tortas de maçãs nas janelas da vovó Donalda. Bailamos pela floresta e renascemos no tempo da inocência. Renascemos.

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